UMA NOVA CENA PARA OS PROFISSIONAIS DE DANÇA DO AMAZONAS
Segundo Maurice Béjart, a dança não é apenas espetáculo, é o entusiasmo de um público novo e fervoroso. Não levará a parte alguma se uma profunda revolução não lhe devolver o lugar no seio de uma sociedade que busca definição.
É comum ouvirmos que os artistas da dança são despolitizados e alienados, esta afirmativa pressupõe que seriamos incapazes de protagonizarmos nossa história e de interferirmos no curso da vida, para construirmos a realidade.
Porém aqui no Amazonas germina a semente de uma nova cena, onde os homens e mulheres da dança se insurgem como agentes e senhores de transformação por meio da força inesgotável da comunhão entre o sujeito e objeto, entre criação e criatura.
Uso destas modestas linhas para enfatizar a dimensão histórica do que foi a 1ª CENADEDANÇA, realizada no dia 30 de setembro no Teatro Amazonas, iniciativa corajosa do Governo do Estado do Amazonas através da Secretaria de Estado de Cultura em mais uma parceria bem sucedida com a Associação dos Profissionais de Dança do Amazonas - APRODAM.
Um evento que tem o objetivo de promover a dança e possibilitar aos grupos e academias, o estímulo para qualificação artística de seus alunos, marcando um novo panorama para o crescimento profissional desse seguimento.
O evento foi um exemplo de disciplina e organização, foram 21 grupos e mais de 200 profissionais, entre professores bailarinos e coreógrafos, com a participação de uma platéia que superou a marca de dois mil espectadores que foram agraciados com uma programação de alto nível, onde a dança mostrou toda sua diversidade de gêneros e conceitos, dando uma boa mostra da sua pluralidade e livre pensar
Dando significado as palavras de Nietzsche em o Nascimento da Tragédia - e assim o escravo se torna livre - então se rompe todas as barreiras rígidas e hostis que a miséria, o arbítrio, e a moda insolente criaram entre os homens. Agora, pelo evangelho da harmonia universal, cada um se sente como seu próximo, não apenas reunido, reconciliado, fundido, mas idêntico em si, como se o véu de Maia se houvesse rasgado e dele não restasse se não os farrapos flutuando diante do misterioso UM - primordial.
Parabéns aos bailarinos, aos coreógrafos e diretores de grupos e academias, parabéns a Aprodam, por mais esse momento de justeza política e sensibilidade social.
E muito obrigado ao Governo do Estado do Amazonas, e a Secretaria de Cultura na pessoa do ilustre doutor Robério dos Santos Pereira Braga, por sua sensibilidade e carinho com os profissionais de dança do nosso Estado. Fica provado mais uma vez que a união entre Estado e Sociedade por meio do diálogo e do respeito bilateral é o caminho seguro para a construção de uma sociedade livre e de bem estar social para todos os cidadãos.
AUGUSTO DOMINGOS
BAILARINO COREÓGRAFO
MEMBRO DO CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA
FINALISATA DO CURSO DE LICENCIATURA
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