domingo, 20 de março de 2011

Resposta da APRODAM ao texto de Ítala Clay


Ao artigo publicado pela a professora Itála Clay retirado de Mapas e Contextos – Cartografia Rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010. 

  • Por Ana Mendes, Marta Martí e Mônica Loureiro

Em nosso entender poderia  tratar-se de um valoroso registro para nossa comunidade, visto que há muito nos  ressentimos  da necessidade de novas  reflexões  que possam contribuir para a formulação de novos parâmetros para que possamos entender a dança produzida em nossa região, como tem se dado seu diálogo com a  universalidade contemporânea .
 Claro que esta abordagem se constitui em uma ferramenta importante para a formulação de um projeto de politicas publicas para a produção, investigação e fluição da arte da dança em nosso estado. 
 O mesmo se propõe a um levantamento bibliográfico que busca estabelecer um panorama cronológico da situação da dança na região norte e como tem se dado sua evolução: o trabalho da professora enfatiza e distingui os processos de criação, suas recorrências, e lugar comum, para vislumbrar uma estética da cena local.
O artigo também analisa as relações politicas e institucionais, no que  conclui com o que seria a opinião convergente da categoria no sentido que: sua entidade de Classe é vista com  pouca força nas negociações com o governo e prefeitura, de modos que a mesma não detém a confiança da categoria. 
Reservo-nos o direito de refuta de forma veemente a esta afirmativa, pensamos que se trata de uma visão distorcida, para não dizer, equivocada,  não  condiz nem de longe com a realidade dos fatos.  É fato, que desde  da sua fundação, até os dias atuais, a Aprodam não teve vida fácil, isto porque a construção de uma entidade não se dá  de um dia  para o outro e nem se dará de acordo com a nossa vontade pessoal.
A construção de uma entidade ocorre por meios e caminhos muitas vezes  antagônicos e pela soma de vários fatores, trata-se, de um ser com vivo, que precisa ser regado, alimentado e defendido todos os dias, não estamos diante de um projeto pessoal, estamos diante de um projeto político, diante de  um projeto histórico.

Uma nova postura
 
Como mesmo diz a professora, foi a partir da segunda metade da década de noventa, que se iniciou a atual gestão da Secretaria Estadual de Cultura que implementou o atual modelo de gestão e de políticas publicas para a dança.
 Assim, a professora deve saber  que: a primeira providência desta gestão foi: à criação dos corpos estáveis do Teatro Amazonas: coral, orquestra, e corpo de dança. 
A professora é bem  sabedora também, que durante todo o período correspondente aos anos de 96-97-98- 99-2000, os investimentos do Governo do Estado para o seguimento,  limitavam-se apenas ao CDA, sendo uníso entre os grupos independentes, a necessidade imperiosa da criação de uma politica de fomento para as produções não estatais.
 Essa politica só começou a ser superada no ano 2000, quando da fundação da Associação dos     Profissionais de Dança do Amazonas. A Aprodam, iniciou  um dialogo permanente com os atores públicos, buscando a construção de estratégias que possibilitassem o encaminhamento de uma politica de fomento mais democrática voltada para a produção não estatal.
 A Aprodam esteve na dianteira deste movimento atuando de forma determinada, na criação da lei 710 que institui o Conselho Municipal de Cultura, onde asseguramos que destas cadeiras uma fosse da dança.
Em 2004, além de participar de todos os  fóruns de formulação do plano nacional de cultura, a Aprodam ainda realizou a primeira parceria com o Governo do Estado para captação de recursos para as companhias não estatais, a primeira parceria foi para a realização da I Mostra Dança na Ativa, evento que contou com a participação de oito companhias que receberão aporte de recursos por meio de cachês pagos aos participantes  totalizando ao final o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
Este acontecimento marcou de forma decisiva a mudança nos rumos das politicas publicas do Governo do Estado para a área de dança, uma mudança substancial nas relações entre os profissionais e o Estado.
Neste mesmo ano realizamos o 1º seminário de revisão critica da dança, que estabeleceu as principais diretrizes para as politicas a serem desenvolvidas pela Secretaria de Cultura em vigor até os dias de hoje: criação de espaços voltados para espetáculos de dança, processo de seleção de pautas, e editais de premiação (Proarte de dança) que disponibiliza cerca de R$ 70.000,00.(setenta mil reais) para  companhias independentes todo ano e que vão aumentar substancialmente com os recursos do Fundo Estadual de Cultura já aprovado e em vigor dez do dia 10 de dezembro de 2010.
Assim a Aprodam deu um passo importante no sentido da formulação  de um projeto politico para a dança, tornando-se a principal interlocutora dos interesses da categoria em nosso Estado.

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